segunda-feira, 23 de abril de 2007

um trecho.

Sentiu a foto com o tato. Não queria ter que relembrar essas vivências. Queria esquecer que tem uma sensibilidade imensa para as imagens: pessoas sorrindo e a luz do sol ao fundo, fazendo com que os contornos se perdessem na foto. Qual era a graça daqueles risos? Era uma mundo ao qual ela não pertencia. Queria estar ali na foto, montada naquela bicicleta, enquanto o amigo agarrava-a na cintura. Mas só sentia aquela luz do sol no fundo entrando nela. Entrava porque ela era aquela luz do sol, ela era a presença inexorável das coisas, mas que só faz borrar a cara dos outros.